Prosseguir até um dia...

Prosseguir até um dia...
Vista de uma Janela da Vida.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Substancial Esboço.

Neste cruzamento da minha vida,
Sinto o odor da minha consciência,
Na luta dos meus sentimentos...
Dói-me o coração, porque não o ouço;
Parece estar sossegado, em impace,
Quando eu queria que dialogasse...
Pelo menos, pulssasse, por momentos
E me fizesse vibrar a minha essência,
Nesta forma de substancial esboço,
Em que me falta uma palavra ouvida,
A sussurrar no cérebro e que me exultasse!

Não. Estou apenas só, reduzido
A uma melancolia estranha e fria,
Que me estremece o corpo cansado!
Não me quero ouvir, num segredo
Estranho que me dói o medo
De saber que obstáculo tenho vivido,
sem se sequer ter sido achado,
Para não dever pedir mais que um dia...
Porquê esta situação inconveniente,
Se eu não pensei que podia ter acabado,
um momento, por ser ele mesmo diferente?

Joantago

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Despertar.

Tão estranhos somos e incógnitos...!
O que nos proporcionam, como vida,
Tem inúmeras cláusulas, no acordo;
Mas falha-se quase sempre no cumprimento:

Factores externos, insucessos e méritos?
Jogos de humanidade, de envolvimento
Numa experiência poucas vezes conseguida?
Emigração permanente, semelhante à do tordo,

Quando, faminto, regressa do Leste...?
Desperta poeta, que ainda não morreste!
Aumentou sim, foi a tua ansiedade,

Porque, como os demais, na tua idade,
Nunca te preparaste para certas surpresas
E eis o teu mundo, prenhe de incertezas!

Joantago

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Predadores.

Abri a porta da minha casa,
escancarando-a, como à minha vida;
Fragilizado, depositei confiança,
No perigo que conviveu ao meu lado;

Compreendi, finalmente a investida,
mal-disfarçada de uma ameaça,
Que estudou, com extremo cuidado,
Golpe que, por onde passar, arrasa!

E todo um empenho, por amizade,
Perdeu-se na deplorável atitude,
Destes predadores implacáveis

Que, para atigirem fins miseráveis,
São capazes de inimaginável habilidade,
Prejudicarem os outros, na plenitude!

Joantago

Os mexericos.

Falam de mim, nas minhas costas...
Criticam os outros, à minha frente...
Não tenho quaisquer respostas,
Nem comento nada, com essa gente!

O mal-dizer é assim, mesquinho,
Prejudicial, por vezes, colectivo;
Nem sequer precisam de um motivo;
Tenho pedras suficientes, no caminho!

É óbvio que me incomodam
Os reparos maldosos e gratuítos,
E todos os dias, são muitos

Os comentários que, amiúde, andam
De boca em boca, por maldade...
Não tenho paciência, para a leviandade!

Joantago

O que foi?

Foi a sensibilidade de um ser
E a incompreensão do semelhante,
Que desuniu ambas as condições;
Harmonia? Quem o garante?

Foi a cultura do bom-senso
No convívio com os demais...
Muitas vezes, não agir como penso
E pacientemente aceitar contradições!

E tudo o que, espontâneo fizer,
Alguns são mesmo erros fatais,
Que me levarão, facilmente, à perdição!

Foi a ignorância e a mesquinhêz,
Que não me alertaram a atenção,
Para tão camuflada malvadêz!

Joantago

Primordial...

Não tenho o direito, o mais pequeno
De, hipoteticamente, mudar o que seja,
Para moldar à minha imagem...
Não acho nisso, qualquer vantagem!

O momento, acontece ameno;
Quase nunca é o que se deseja,
Mas é primordial, diria, normal,
Quando me esqueço de ser um animal!

Onde foi, onde é que perdi o instante
De não reparar no que me rodeia,
Se apenas sou um modesto participante

De uma oportunidade, que anseia
Qualquer espoliado de identidade,
amontoado na urbanidade?!

Joantago

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Deita-se, com o dever cumprido.

O sol nasceu hoje, mais quente,
Numa proposta de temperatura...
Não pode (felizmente), o homem,
Nada contra a natureza... e bem:

Faltaria mudá-la, ao sabor de si,
Conveniente, pela sua ambição;
Assim, este animal, falido de emoção,
Não fará contra o sol atentado...!

O astro é mais forte, aqui,
Neste Universo, por Deus criado
E aquecerá na missão que lhe cabe.

Levanta-se com tenaz vontade
E deita-se, com o dever cumprido,
Como outro elemento, engrandecido.

Joantago

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Não hajam confusões.

A estranha e utópica ambição
De alguns reivindicarem igualdade
É, ridícula para mim e assim,
Deixa-me pleno de perplexidade!

Quem, por feitio, anseia,
Sem trabalho, nem empenho
Pretender atingir esse fim,
Ou é uma vulgar aberração,

Ou incrível e absurda a sua ideia,
Ao invés do fio condutor da natureza,
Nesta convicção, de certa que tenho!

Em todo o tempo houve diferença
Entre a fartura e a pobreza...
Nada vale, que se mude essa crença!

Joantago