Prosseguir até um dia...

Prosseguir até um dia...
Vista de uma Janela da Vida.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Há, parece que sim.


Há quem seja feliz, por apenas um dia…
Sentir no coração um vibrar inexplicável,
Um entorpecimento do cérebro e da razão;
Há quem procure palavras adequadas
Para definir um estado pessoal agradável,
Estranho, de uma doçura que faz estremecer…
Há quem, não sabendo o que lhe está a acontecer,
Grita, salta, corre através da poesia
Sem se preocupar com questões de precisão!
Há quem derrame uma lágrima de alegria
Por viver um segundo de êxtase, de prazer
Quando sente um calor intenso que agita
A sua alma torpe, sem destino nem conteúdo;
Há quem chegue rapidamente ao entardecer
E depare com um pôr-do-sol, que não acredita
Mas reconhece que, pela grandeza, o deixa mudo,
Cego, surdo e sem qualquer tipo de reacção.

 
Joantago

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O Barro do Gurué.


A terra barrenta do Gurué, de pó fino,

Tinha um matope diferente, quando chovia!

Dava a ideia de uma pasta moldável

E eram surpreendentes as marcas dos rodados

Dos carros que por ele transitavam…

O asfalto, nalgumas ruas, só veio disfarçar

Aquele místico extraordinário da via

Que conduzia o chá ao seu destino!

Experimentei, raras vezes, circular

De bicicleta (roda 26) por onde andavam

Os restantes veículos a combustível,

Ao contrário da ginga ecológica

Que me obrigava a apear nas subidas.

Compensei-me com o conhecimento

De que aquele barro incrível

Era afinal o solo do verde sustento

De um mundo sem grandes dúvidas!